15 de abril de 2009

Origem das Artes - Mitos e Realidade

A Origem das ARTES PLÁSTICAS

Um mito muito antigo, oriundo da Grécia, conta sobre uma jovem que, ao despedir-se do namorado que partia para guerra, observou que a luz da tocha que iluminava o recinto, projetava, em perfil, o rosto e parte do corpo do amado. Querendo guardar dele uma lembrança, tomou um carvão e contornou a imagem projetada. Assim, teria inventado ou descoberto o desenho. Em seguida, preencheu o desenho com carvão, criando uma silhueta e, ao mesmo tempo, dando origem à pintura.
A isso, podemos acrescentar que fez nascer, também, o poético costume de se guardar a imagem da pessoa amada.
Esta é uma lenda... Mas, qual é a realidade?

Numa época muito distante, ainda na Pré- História, alguns homens gravaram, nas paredes de cavernas profundas, desenhos e mais desenhos de animais. Usaram, para isso, lascas de sílex muito bem apontadas. Tais desenhos foram, depois, pintados com tintas tiradas das rochas, plantas, terra e minérios, devidamente misturadas com banha de animais ou resinas.
Aqueles animais, belamente pintados, foram encontrados em incontáveis paredes e tetos de cavernas por todo o planeta. Toda essa pintura está impregnada por um significado mágico. Acreditavam que a imagem de um animal faria com que, o próprio, se tornasse propriedade do pintor ou do grupo de caçadores que saia para a caça. Especialmente a mágica seria eficiente, se já ferissem, a representação de alguns animais, com sugestões de lanças ou de dardos. Assim, saiam para caça “com a certeza” de que a comida estava garantida.
Os artistas desta época, além de gravar (em ossos, pedra, chifres, marfim...), de pintar, também esculpiu de maneira surpreendente. Quase sempre animais. Às vezes, a figura feminina, pequenas deusas da fertilidade.

A modernidade das pinturas das cavernas inspirou Pablo Picasso. Que desenhou, pintou e esculpiu imitando e, ao mesmo tempo, reverenciando nossos rudes, anônimos e surpreendentes antepassados.




























O touro, Pablo Picasso, 1945 - A exploração do passado unida ao redescobrimento do touro, presente em toda a cultura do mediterrâneo, desde a pré-história.



A origem da MÚSICA

Conta a lenda que Pan, filho de Hermes com a ninfa Driope, era um fauno, ou seja, nasceu com chifres e, da cintura para baixo, lembrava um bode. Pan gostava de vagar pelos bosques e orlas de riachos, espiando as ninfas. De tanto observar as brincadeiras e danças das belas jovens, acabou perdidamente apaixonado por uma delas que, infelizmente para o pobre rapaz, sentia por ele a mais profunda aversão. Um dia, estando a moça distante de suas irmãs, Pan tentou uma aproximação amorosa. Ela correu assustada, implorando ajuda das deusas. Assim, quando quase sob as mãos de Pan, foi transformada em um esguio e verde caniço. Primeiro Pan chorou, depois, tomou para si o caniço. Com uma faquinha quis gravar nele um desenho. Por descuido furou a haste. O vento que passava, penetrou pelo oco do vegetal, produzindo um som suave e pleno de melancolia. Havia descoberto a Música!... O fauno cortou a haste em mais partes, fez nelas algumas aberturas, uniu- as com um cipó e estava pronto um instrumento musical... conhecido, até hoje, como flauta de Pan
Assim contava a lenda, mas...

A voz foi o primeiro instrumento musical do homem. Com ela ele imitava o canto dos pássaros, o urro das feras, o marulhar das águas, o estrondo do trovão. Não foi difícil para o homem primitivo criar seus cantos. É uma atividade tão natural que até a criança faz uso da voz e cantarola antes mesmo de aprender a falar.
Depois o homem descobriu o ritmo: batia palmas, o pé no chão, tirava sons do corpo. O corpo foi o segundo instrumento musical do homem. Passou a explorar os sons de coisas e objetos. Não demorou muito para inventar alguns instrumentos musicais. Primeiro os de percussão: Tantãs, bumbos, etc. Depois os de sopro: pequenas flautas, de um único caniço ou de vários, atados uns nos outros. Percebendo que as tripas de animais, quando bem esticadas, também emitiam som, criaram então, instrumentos de corda. Um dos mais antigos, já encontrados, consistia de um casco de tartaruga com tripas de diferentes espessuras.
O importante é que os primeiros homens, que nos parecem tão primitivos, cantavam e marcavam o ritmo para seu canto. Movimentando- se, ao sabor do ritmo, descobriram a dança para diversos fins. Havia a dança da caça (na qual imitavam os movimentos dos diversos animais que pretendiam caçar): dança da sedução ( teriam aprendido com alguns pássaros ? ), na qual representantes de um sexo tentava atrair o outro; dança da guerra ( para que os guerreiros se sentissem bastante inflamados antes da batalha ); dança para chamar a chuva, da cura... e muitas outras...

Quando o homem encaixou, no alto de sua cabeça, a carcaça de um animal e deixou que sua pele, como uma capa, lhe cobrisse o corpo e movimentou-se, imitando-o, estava representando muito seriamente, um personagem (no caso um animal) e por que não encenando uma peça mágica ou religiosa.
Não teria sido o curandeiro ou o xamã, o primeiro sacerdote de uma primitiva religião? Comparando com o que restou dos homens pré- históricos, com o que temos nas tribos de agora, que vivem ainda sua pré- história, podemos afirmar que o canto a música, a dança, o teatro e a religião, tiveram dentro das cavernas sua primeira manifestação.







O Xamã, coberto com pele e máscara de animal, para absorver a força e a
essência do mesmo, executa uma dança propriciatória.



























Semente da LITERATURA


Nos alvorecer dos tempos, lá no chamado Paleolítico Superior, homens, mulheres e crianças se juntavam, ao redor da fogueira, para ouvir um ancião contar, repetidas vezes, a história daquele clã. Lembrava todos os seus heróis e os mitos, com os quais tentavam explicar tudo aquilo que estava além da compreensão dos homens.
A estas histórias contadas oralmente chamamos sagas. Embora o termo “saga”, ser medieval, todos os agrupamentos antigos, desde a época pré- histórica, tem a sua saga. A saga é a literatura oral por excelência.
Com a invenção da escrita, tanto a história quanto os mitos passaram a ser registrados em pedras, argila, papiros e pergaminhos.
Com a escrita, os homens letrados compuseram poesias, escreveram romances, contos e peças teatrais. O homem pode ampliar seus conhecimentos sobre a História e as histórias dentro da História e se emocionou, tantas vezes, com tudo o que a Literatura colocou a seu dispor para seu deleite, seu crescimento social, intelectual e, sobretudo espiritual.


























O MISTÉRIO DA PRÉ- HISTÓRIA

Entre 30.000 e 20.000 a.C., acontecia na Terra a Era Glacial. Assim, o inverno era longo e gelado e o verão curto e quente.
Naquela época nossos antepassados já se assemelhavam ao europeu de agora, seus descendentes diretos.
Os homens viviam em clãs ou tribos, de Norte a Sul dos Pirineus, nas regiões franco-cantábrica e no Levante Espanhol. Ambos os locais ricos em cavernas, que lhes servia de refúgio, às vezes, pois, parece que durante o verão, viviam em choupanas, formando pequenos agrupamentos.
Eram caçadores e pescadores. Às mulheres e crianças cabia a tarefa de, no verão, colher frutos, raízes e caramujos, que completavam sua alimentação. Para o inverno preparavam agasalhos, com peles dos animais que os homens caçavam.
Dispensavam cuidados aos mortos, pintando-os de vermelho, cruzando-lhes os braços sobre o peito e depositando em suas sepulturas, colares, pingentes, armas e utensílios, ricamente lavrados.
Recentemente concluíram que sabiam contar. Entalhes em dardos, facões e lanças parecem registrar os feitos obtidos com aquelas armas. Existe também uma tênue possibilidade de que tenham dado início a um primitivo sistema de escrita.
Então, já tinham sua primeira indústria, a fabricação de Armas e Ferramentas feitas de pedra. Por isso, essa época da História da Civilização é chamada Idade Da Pedra.




Primeira indústria da pré-história: armas e utensílios

A Idade da Pedra, por sua vez, se subdividia em três fases: a da Pedra Lascada ou Paleolítico ( Pedra Velha ), Mezolítico ( Pedra do Meio ), e o Neolítico ( Pedra Nova ou Pedra Polida )
O Paleolítico, a mais antiga destas eras, passou por três etapas:
O Aurinhacense, O nome vem de Aurignac, região da França onde se encontraram muitas cavernas com vestígios do homem. De 30 a 20mil anos a. C.
O Solutrense ou Solutreano , em Saône- et- Loire. De 20 a 15 mil a.C. E o Madalenense ou Magdaleano, na Dordogne. De 15 a 8 mil a.C.
Isso só na região Franco-Cantábrica e no Levante Espanhol, onde as primeiras cavernas foram descobertas. Hoje, a Ciência conhece mais de seiscentas localidades só na Europa, sem citar aquelas descobertas no resto do mundo, inclusive o Brasil.
O que os paleontólogos, cientistas e outros estudiosos puderam concluir, foi que, a sociedade paleolítica tinha uma vida grupal regular e organizada. Havia cooperação na caça e na partilha dela. Após uma caçada abundante, realizavam grandes festins. Com muita comida, cantos, danças e representações. E acompanhados por instrumentos musicais. Ossadas de animais, restos de peles, instrumentos musicais e utensílios foram encontrados em muitos sambaquis, por toda a região explorada. O que vem comprovar todos esses fatos.


O PALEOLÍTICO



Sabe-se muito pouco sobre o Paleolítico Inferior.
O Paleolítico Superior é que foi a grande revelação. Só na segunda metade do século XlX, após milênios, algumas das cavernas tão antigas foram descobertas.
. Nas cavernas, geralmente nas mais profundas, de mais difícil acesso algo incrível havia para se revelar:- inseridos numa sociedade tão perdida no fundo dos tempos, foram descobertos os primeiros artistas e com eles os primeiros desenhos, pinturas e esculturas de que se tem notícias.

Os artistas e os artífices ( que faziam e decoravam os utensílios e as armas ), certamente gozavam de privilégios e alto respeito dentro do grupo. Ainda hoje, em certas regiões do mundo, existem os xamãs, aqueles indivíduos especiais, que graças a dons ou capacidades, se tornam seres diferentes dos demais. Os artistas e artífices, do Paleolítico, realizavam coisas que nem todos os outros homens da época e mesmo de agora conseguiam fazer. Foram os primeiros xamãs ou feiticeiros. Enfim, sacerdotes de algum culto misterioso, que só os povos muito primitivos de hoje, podem entender.

A arte das cavernas baseia-se numa magia- simpatia, que considera que aquilo que se pretende conquistar deve, primeiro, ser desejado com força, imaginado e, por fim representado o mais perfeitamente possível.( Lembra alguma coisa? O “Segredo”, por exemplo ) . Ora, o artista daquela época, assim como os demais membros de seu grupo, tinham como a mais urgente necessidade: sua alimentação. Assim, para garantir o alimento, precisavam de caçar. Para caçar precisavam de abundancia de caça, para que o alimento nunca faltasse.
O Artista pintava nas paredes das cavernas muitos e muitos animais. Abundantes manadas. Para garantir, mesmo, o sucesso na caça, traçavam flechas e lanças sobre alguns deles, atingindo-os por antecedencia. Estes, feridos na pintura, eram posse fácil para os caçadores.. Como os caçadores voltavam sempre com a caça, a eficiente magia era sempre renovada.
Às vezes, modelavam bisões e mamutes em argila, para depois mutilá-los com golpes de dardo.
Comparando com os primitivos dos dias atuais, tais encantamentos foram acompanhados por danças, cantos e sons emitidos pelos instrumentos musicais que já haviam sido inventados então. Estas cerimônias se realizavam antes ou durante as caçadas.
Cenas desenhadas na pedra mostram mulheres e crianças em círculo, homens com máscaras (muitas delas feitas sobre caveira de animais), cobertos com pele, movimentando-se no ritmo do propria caça que estavam representado. Outros homens movimentando-se com lanças, como se participando de uma caçada.

Todo aquele empenho na representação dos animais, não aparecia na representação do ser humano. Se acreditavam que tomavam posse dos animais, quando os representavam, não tinham a intenção de tomar posse das pessoas, por isso não eram vistas individualmente. Isso nos remete a outra questão que nasceu lá e perdura até nossos dias: na feitiçaria vodu, quando se quer adquirir poder sobre um determinado indivíduo, modelam uma figurinha que tenha suas características e, ainda lembrando o passado remoto, muitas vezes espetam nela alfinetes, para que a pessoa representada sofra ou venha a morrer sob aquela magia.



                                      A ARTE DO PALEOLÍTICO SUPERIOR

PINTURAS
Lascaux -pintura rupestre


As cores usadas pelo artista pré-histórico eram produzidas através do
ocre amarelo, manganita preta, oxido de ferro vermelho e o marrom, e cal branca. Tudo moído e aglutinado com gordura animal. Buris, para escavar a rocha, almofariz com seu soquete, para moer e misturar as tintas, toscos pincéis de pelo de animais outros apetrechos foram encontrados.

São tantas as cavernas encontradas que se torna difícil descrever todas. Uma rápida olhada sobre uma caverna, de cada aspecto do Paleolítico, pode ajudar a compreender seu aspecto.
Lascaux, na França, é do primeiro período, o Aurignacense. Os touros de Lascaux não têm um modelado tão completo quanto os vistos em Altamira ( Madalenense ) passam, porém, uma impressão mais intensa, pela coloração calcárea das rochas, que vai do branco ao amarelo.
Lá, nitidamente, percebe-se que vários artistas trabalharam no local e em épocas diferentes. As pinturas sobrepostas permitem uma comparação de estilos. Muitas pinturas são pequenas, outras cobrem metros de parede.
As figuras são representadas com naturalismo e os motivos principais são os cavalos selvagens (de raças diversas) e os veados megáceros. Além destes, também encontramos em Lascaux os mamutes, bisões, bois, renas e javalis .Todos eles, caças muito apreciadas pelo caçador.
Os cavalinhos chamados “chineses”, porque lembram os daquele país distante, são encantadores, da mesma forma que os bois e renas.
Uma obra prima é um bisão com o ventre aberto e as vísceras saindo dele, O sangue vermelho jorrando e ele, ainda de pé, pronto para atacar, outra vez, o caçador caído diante dele.






Lauscaux - periodo aurignacense

O período Solutrense os contornos eram modelados sobre as saliências da rocha. Pode-se dizer que as saliências eram o ponto de partida para o desenho. Usavam duas cores para o contorno da figura. Em Peach- Merle, na França, grandes manchas coloridas contornam e preenchem os animais. Aborígenes da Austrália ainda usam de um a seqüência de pontos. Dizem estes, que tais pontos servem para “destruir o poder espiritual da pedra”. O artista solutrense produziu muita escultura e entalhe. Outro artista, na tentativa de acentuar a aparência de um mamute, fez incisões sugerindo pelos, captando através deles, além da semelhança, o volume e peso do mesmo.



Embora tenha sido a primeira caverna descoberta, Altamira é do período Madalenense, o mais recente. Foi encontrada por acaso: uma menina e seu pai, num passeio a cavalo, se esconderam da chuva num vão de uma montanha, a menina percebeu uma entrada escondida por arbustos, e passando por ela, com o pai, percebeu o grande salão das pinturas.
Cobrindo as paredes e o teto abobadado, de rocha cinzenta, uma imensa profusão de animais, sobretudo bisões, ali estavam, resplandecestes em suas cores. Mais de trezentos desenhos pinturas, ornamentos e esculturas. representados de modo realista- expressionista, com poucas cores, mas captando o movimento, a força e elasticidade dos animais.
Contornados com preto e pintados em vermelho, os bisões estão quase sempre de pé e de perfil. Assim, quando vemos quatro deles ajoelhados com as pernas dobradas rigidamente, concluímos que foram abatidos pelos caçadores. No mais, podemos nos encantar com os bisões correndo, saltando e mesmo enfrentando o caçador. Dentre tantos, percebe-se uma fêmea em posição que sugere o ato de parir.

Altamira mede 300 metros de comprimento. Seu teto é abobadado Situada numa colina de calcário, cortada por cursos d’água subterrâneos, ainda contém galerias com estalactites e estalagmites. Altamira é tão fabulosa que é chamada a “Capela Sistina da Pré- História”




As mais antigas obras de arte da Era Glacial são linhas ondulantes, traçadas com os dedos sobre a argila úmida. Faces de animais aparecem com riqueza de detalhes.
Uma constante, nas paredes pré-históricas, são as mãos em negativo. Os artistas sopravam tinta bem diluída, através de um caniço, sobre as mãos apoiadas na parede, através de um caniço, imprimindo ali sua assinatura. Algumas destas mãos apresentam-se sem as falangetas. Este é um mistério ainda não solucionado sobre esse povo.

Outras cavernas da região: Les Corbarelles, La Grèze, Hornos de la Peña, Le Mouthe, Font de Gaume, Niaux, Lês Trois Frères, Roufignac, Touc d’Audoubert .

Também dentro das cavernas, pegadas que se solidificaram na argila sugerem os passos de dança ao redor de fogueira
Poucas figuras humanas foram representadas. Nelas, ao contrário dos animais, onde se reconhece espécie, idade e sexo, não há nada que possa, facilmente, individualizar alguém. Cenas de danças, com gente coberta por peles de animais e máscaras estão gravadas nas paredes das cavernas. Instrumentos musicais de sopro e corda e percussão foram encontradas.


                                                          ESCULTURAS

Dentre as primeiras esculturas conhecidas estão as pequeninas representações femininas, chamadas “venus”. Foram encontradas em locais bem distantes e com as mesmas características anatômicas provocadas pela “esteatopigia”, uma anomalia genética que desenvolve exageradamente os quadris, nádegas e seios das mulheres. Os escultores das Venus não se preocupavam com a representação dos rostos. Estes eram apenas sugeridos, o que reforça a tese de que estas esculturas eram amuletos de fertilidade.
A mais famosa de todas das venus, a de Villendorf, foi encontrada na Áustria. Com apenas 12 centimetros, ela tem uma presença que sugere algo muito maior. Sua força está nas características simbólicas da sexualidade Feita em calcáreo, que é uma pedra macia, o artista realçou todas as linhas do seu corpo, menos os braços, as mãos e os pés, apenas sugeridos. Nada que marcasse um olho, nariz ou boca. Os cabelos, em volumes sinuosos envolvem toda a cabeça e face.
Além desta, famosas são as venus de Gagarino ( Ucrânia ), a Venus de Malta ( Sibéria ), a de Dolni Vestonice ( Republica Tcheca ), de Maltone ( Itália) e as francesas, a Sireuil, a de Laussel e de Lespugne.
A de Laussel, não é uma escultura, é um relevo se sobressai da pedra. Tem nas mãos um corne que, segundo os mitos, deveria conter sangue e está ligado à “senhora dos animais”, deusa que tinha ascendência sobre eles e os conduzia aos caçadores.
A Dama de Brassempouy, cabecinha em marfim, numa tentativa de retrato, mostra cabelos em cachos longos, olhos, nariz e pescoço longo. É encantadora, especialmente comparando as outras venus.
Animais foram, também, entalhados nas pedras, marfim, cornos, ossos, argila e em instrumentos e utensílios. Um casal de bisões, em alto, relevo, no momento da cópula, mostra alto grau de observação do artista.


A suprema realização do homem paleolítico foi a pintura.
A evolução do homem não se verificou de acordo com a lógica. O mais antigo não foi, na Arte, o mais bárbaro ou o mais ingênuo se comparado com o homem civilizado. Os artistas do Paleolítico equivalem, em grandiosidade, aos grandes nomes da Arte Mundial.



                                                                  ARTE  MOVEL

Dentro da arte pré-histórica a designação arte móvel é empregada para designar qualquer  intervenção artistica sobre uma criação  em dimensões limitadas e fáceis de  ser transportadas pelo ser humano.
O conceito de arte móvel não se relaciona com nada fixo, nem tãopouco de grandes proporções que não possa ser levada facilmente por uma criança. Asssim, é arte móvel objetos de adorno pessoal, medalhas, seixos pintados (azilienses), amuletos, plaquetas de barro, até pequenos punhais, pequenos facões, vasilhames para água, proteções para os pés,  etc. Podendo ser feitos em seixos, pedras, ossos, chifres de renas, presas de animais, marfins, etc. Desde que tudo bem decorado.
As pequenas venus esteatopígias podem ser consideradas Arte Móvel por sua pequenês ( a imensa Venus de Villendorf tem apenas 12 cm de altura ), embora sejam monumentais em seu caráter e sua arte. As Venus são talismãs da fertilidade.
Na Idade dos Metais, a estes elementos aparecem em objetos metálicos, peças ritualisticas, armas e muitas jóias, tudo bastante requintado, uma vez que podiam contar agora com os efeitos de técnicas da damasquinagem, filigramas, e modelagem a cera perdida.


                             


                          


          
    





O MESOLÍTICO
                                                         





Na transição entre a Era Paleolítica (quando o homem era caçador e pescador), e a Neolítica (quando o homem já se tornara agricultor e  pastor), ocorreu o Mesolítico – a pedra do meio. Em algumas regiões do mundo o Mesolítico não aconteceu. Nelas a mudança do Paleolítico para o Neolítico foi automática.
Com o fim da Era Glacial, hordas de caçadores paleolíticos foram substituídas por tribos sedentárias, organizadas em clãs.
Se mudanças ocorrem na vida do homem a Arte, reflexo da sociedade, também muda.
No Mesolítico as manifestações artísticas, herdeiras do Paleolítico, desenvolveram em duas vertentes. Partindo da Cantrábia (na Espanha), um grupo, seguiu para África, através do estreito de Gilbraltar (ponte natural entre a Europa e o Continente Negro). Essa gente chegou na Cadeia do Atlas, no Saara, de lá se espalhou, preenchendo todo o Norte africano e se adentrou, através do tempo, por todo o Continente.
A Arte desenvolvida, da Espanha para a África, recebeu o nome de Arte Cápsica, por conta da quantidade de pinturas encontradas em Cápsa, região da atual Tunísia. A Arte Cápsica teve longa duração no continente africano, pois, até dois séculos atrás esse estilo permanecia entre os boximanes. Por mais diversas rotas, este estilo chegou em todos continentes. Temos exemplos dele aqui no Brasil.

Naquela época, onde está hoje o Deserto do Saara, vicejavam frondosas florestas. Lá viviam animais diversos em meio a clima ameno.  Embora ainda caçador, o homem, aos poucos, tornou- se sedentário. Assim, para não se movimentar atrás da caça e não abandonar a terra já conquistada, às margens dos rios, lagos e mares, os grupos familiares passaram a procurar outros meios de sobrevivência. Foi quando desvendaram o mistério da gestação do solo e sondaram uma nova fase do desenvolvimento humano: a Lavoura.
O cão foi o primeiro animal a ser domesticado. Depois dele manadas de bovinos, ovinos, caprinos e equinos, vieram enriquecer os clãs. Foi assim o embrião da Pecuária.
A mulher que já tecia fibras, brincando com o barro inaugurou a Cerâmica.
As pessoas já não vivem no interior das cavernas. Abrigam-se em grutas ou choupanas rudimentares, de acordo com o clima.
Nas paredes de grutas e mesmo em rochas ao ar livre, surgem uma infinidade de figurinhas em silhuetas graciosas. As silhuetas foram criadas pelo artista do Mezolítico. Em preto ou vermelho, elas começam a animar o novo cenário da Arte. São cenas hábeis na captura do movimento, esquematizado sim, mas de forma engenhosa.
No Mesolítico, a Arte perdeu o caráter mágico do Paleolítico, com seus animais solenes, quase em tamanho natural, realizados com naturalismo tendendo para o simbolismo. Agora um aspecto social domina: cenas tribais; pais e filhos; homens e mulheres joviais e juntos, trabalhando, guerreando ou dançando. Nota- se uma camaradagem e alegria naquelas silhuetas. 
Existe, até mesmo, cenas narrativas engraçadas, como os ‘colhedores de mel’ sendo atacados por abelhas.
Nestas representações, o homem está quase sempre armado com seu arco e flechas. Tem, às vezes, uma tanga ou calças, de pele, que vão até pouco abaixo dos joelhos, embora, muitas vezes, exponha sua nudez. Tinham os cabelos rentes à cabeça ou compridos, com  penas ou uma espécie de capacete com chifres ( que deu a muitos a idéia de um ‘ser espacial’). Usava uma espécie de botas atadas nas panturrilhas. Existe exagero nos membros em movimento, nos músculos dos braços e pernas, contrastando com o resto do corpo.  
As mulheres vestem uma saia em forma de sino, também de pele, seios nus e cabelos também em forma de sinos, coques ou soltos. Tanto os homens quanto as mulheres se enfeitavam. Os adornos se conservaram das mais variadas formas. Possuíam incontáveis amuletos.   
Animais surgem em cenas pastoris e outros, que o homem ainda não domina, mas caça, também aparecem. Nas pinturas, bois, elefantes, girafas, zebras, leões, rinocerontes, alces, cães, etc., convivem ou se atracam em delicadas pinturas.  A rena e o mamute já não mais são vistos. Ficaram na Europa.

Conquistas do homem do Mesolítico
Com o fim da Era Glacial, os homens saíram das cavernas para grutas e habitações   
( refúgios ) próximas às margens dos rios, lagos ou mares.
Já usam o fogo para cozimento dos alimentos. O fogo já era usado, desde o Paleolítico, para iluminação e aquecimento. Serve, também para afugentar animais selvagens.
A divisão do trabalho por sexo já existia. Às mulheres cabia a organização familiar da casa e cuidados com os filhos e o preparo das refeições. Com os velhos e crianças colhiam raízes e frutos. Teciam e fabricavam utensílios de barro.
O homem antes caçava e pescava. No Mesolítico aprendeu a arar a terra e a lutar por ela.  A defesa da família ou do clã cabia aos homens que se viam, muitas vezes, obrigados a lutar para conservar suas manadas e suas lavouras..
Alcançou- se uma melhor organização social, com novas formas de povoamento.
Melhorou suas condições de sobrevivência com o aperfeiçoamento de suas armas. O uso do arco e flecha deu- lhe maior confiança no enfrentamento com os inimigos..
Criou nova economia: a produção de seus alimentos.


                                                       OS DESBRAVADORES

Da  mesma região cantábrica ( Espanha ) uma horda humana partiu para desvendar as terras ao Norte. Acontecia o degelo da Era Glacial, do Sul para o Norte. Os homens acompanhavam o despertar da terra antes adormecida sob camadas e mais camadas de gelo. Caçadores e pescadores agora, também, desbravadores. Refugiavam sob rochas. ou em abrigos rudimentares. Muito pouco ainda é permanente. Estão acompanhando os rebanhos: seu sustento. E, nesta movimentação, vão plantando focos habitacionais que darão origem a etnias diversas. Etnias dos primeiros agricultores que vão povoar o solo europeu. Só depois de se tornarem sedentários, vão desenvolver um estilo artístico.  
Vestem- se também de pele. Quanto mais para o Norte mais pele para afastar o frio. Botas, calças longas, camisões, capotes até o chão, gorros ou capuzes. Muitos adornos. Influências vindas de todas as regiões do continente se misturaram.

Uma nova prática artística se iniciava. Ainda registravam algum desenho sobre a pedra, mas não tinham mais interesse ( ou tempo ) em pinta- los, quando muito davam- lhes um aspecto  monocromático. Como estavam quase sempre em movimento, faziam  inscrições em hastes de renas ou ossos, com  traços muito estilizados ou geométricos.
A estilização geométrica da figura  e a abstração foram as principais características desses trabalhos.
O Pintor mesolítico foi um hábil observador daquela sociedade. Representava as cenas que via, em plano amplo e detalhado. Foi o primeiro documentarista da Arte. Mundo. Num âmbito maior, o Mesolítico marcou a Primeira Grande Revolução da História do Mundo.

A Cerâmica e a Tecelagem trouxeram variedades em cada um dos territórios que o homem se desbravou e desenvolveu, criando manifestações importantes.


   

 

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          


                                                               O NEOLÍTICO



Já no final do Mesolítico o homem atua  efetivamente sobre a Natureza, cultivando-a e tirando dela parte de seu sustento. Tendo domesticado alguns animais, já não precisa caçar. Assim, tem suas reservas de alimentos, tanto animal quanto vegetal. Chega o Neolítico. O homem já é, sobretudo, agricultor. Consome parte de sua produção e, o que sobra, leva a um mercado de trocas com outros agricultores como ele.A necessidade de armazenar alimentos, peles, tecidos, cestos e cerâmica e até e animais, dão um novo ritmo na vida daquela gente. Aparecem os primeiros assentamentos com características de aldeias, que logo se transformam em cidades. Foi uma surpreendente revolução social e cultural. Muda- se o modo de vida e, mais uma vez, muda- se a Arte.A Cestaria, a Cerâmica e a Tecelagem passam a ser praticadas com apreciável desenvolvimento.

                                                         A CERÂMICA

A Cerâmica busca sua inspiração na Tecelagem e Cestaria e vai alcançar a mais alta expressão
dentre as três. Depois dos instrumentos de pedra, a Cerâmica se torna a mais importante indústria dos primórdios do Neolítico.Vale lembrar que os períodos Pré- Históricos ocorriam em tempos diferentes nas diversas regiões da Terra. Porém, onde foram encontradas cerâmicas neolíticas, elas apresentam motivos geométricos semelhantes. Isso porque o agricultor, medindo o solo e plantando,
cria o geometrismo ao seu redor.



Dois foram os motivos decorativos comuns da época: a espiral e o meandro.

Mas a inventiva do homem criava detalhes que diferenciava, a sua cerâmica, da de outros povos.
Tais  diferenças dava nome à cerâmica e ao grupo civilizatório que a empregava. Assim, no Norte da região onde hoje é a Alemanha, moldavam uma cerâmica cujos ornamentos eram estampados com o povo da região onde se  criou este modelo, recebeu o nome de “Civilização da Cerâmica Incisa”.

Da mesma forma, a “Civilização do Vaso Campaniforme”se refere à gente que viveu na Península Ibérica e produziu peças em forma de campânulas (os vasos) e em linhas irradiantes (pratos).

A “cerâmica cordada”, de influência oriental, foi muito  empregada para decorar cabos de machado
e, também, paredes de túmulos. Era produzida por uma corda torcida sobre a argila ainda úmida. As paredes de uma câmara funerária, em Göhlitzeh, estão cobertas de incisões cordadas. E por ai temos: Civilização de Haveland (cerâmicas cobertas por delicados desenhos); a de Vernburg (com bordas lobuladas salientes); a danubiana (decorada com espirais ou faixas), etc.



O ápice da Cerâmica Neolítica aconteceu na Ucrânia e em Trípoli. Os terrenos férteis às margens do Mar Morto, na Ucrânia,  deram uma argila de ótima qualidade a ótimos ceramistas.
As peças, lá produzidas, levam a pensar em processos mecânicos: são desenhos lineares simples,
porém harmoniosos,  em zigue- zague,  triângulos, círculos isolados e concêntricos, faixas
sinuosas e espirais.Tão preciosas quanto as da Ucrânia, a Cerâmica de Trípoli mostra, além dos elementos comuns à época, figuras de animais e humanas, geometricamente esquematizadas.
A argila não produziu somente a cerâmica de uso doméstico, aliás, são as menos decoradas. As cerâmicas  sócio- religiosas, a funerária e para cultos ritualísticos,  sempre receberam o maior
empenho e cuidado do artista, especialmente quando liberavam sua criatividade.


Uma espécie de matriz, ou gravados por um objeto pontiagudo. As partes  incisas destes ornamentos eram preenchidas com calcário ou conchas pulverizadas, conchas em estado natural,
pedras ou metais, criando um belo contraste de cor. 

                                                             ESCULTURA

Foi da liberdade criativa que floresceu a Escultura Neolítica em argila. Seus temas principais foram a figura humana e os animais, estes classificados como ídolos, embora não fossem representações de deuses. A forma difere das estatuetas das idades anteriores (Paleolítico e Mezolítico), embora as mulheres mantenham, no corpo, a mesma propensão para a adiposidade e o rosto indefinido.
São vistas de pé ou sentadas, sempre representando a deusa- mãe, a mãe- terra, a Natureza, de onde provinha, ou brotava toda a vida. Vasos e recipientes de argila com formato de animais com os ursos, javalis e cordeiros, são freqüentes.

Figuras antropomórficas e zoomórficas podem conter um simbolismo ainda não decifrado. Na região danubiana, muito foi representado o sapo, pleno de significações  dentro das crenças do lugar. O alce, em machados de pedra ou esculpido é o motivo neolítico mais encontrado nas regiões próximas do Ártico.

                                                             A ARQUITETURA  
A  Arquitetura foi a mais tardia das Artes na Pré- História. Embora houvesse aldeamentos no 
Mezolitico, foi no Neolítico que aconteceram em maior número e importância.
Nas regiões pantanosas e lacustres, o homem fincou centenas de troncos de árvores, verticais que davam sustentação a enormes plataformas e, sobre elas, erguia suas cabanas. Eram as palafitas, cuja construção requeria muito trabalho. Os vãos, entre os troncos, eram cobertos com barro misturado
com esterco que, ao secar, formavam uma camada resistente. Para maior proteção ficavam longe das margens. Havia uma espécie de rampa, que levava da margem à palafita, que era recolhida todo entardecer, para maior segurança dos moradores. Palafitas também foram construídas nas florestas, sobre troncos de árvores, para evitar ataques de animais selvagens e de tribos errantes. Nestes aldeamentos todo o clã vivia.





 

                                       


                      AS GRANDES CONSTRUÇÕES MEGALÍTICAS (4.500  a 2.500)

A cultura megalítica europeia,  pré-histórica e pré-literata, encontrada principalmente no Ocidente da Europa,  deixou uma herança de grandes monumentos de pedra (ou megalitos) através do continente. Calcula-se que as primeiras destas construções, encontradas na Bretanhae na Península Ibérica datem de aproximadamente 4800 AC, são, portanto mais antigas que as pirâmides do Egito por dois mil anos.

As grandes construções em pedra, irrompem no Neolítico e seguem  pelas idades do Cobre e do Bronze, caracterizando-se pela sua arquitectura funerária e religiosa. Também a Cerâmica e instrumentos de sílex de grande perfeição (machados, facas, pontas de seta), tem seu auge neste momento. O homem de então manifesta uma vocação religiosa. Cultuava à Terra-Mãe e aos astros, que julgava os responsáveis pela fertilidade da terra e pela reprodução dos animais domesticados.


                                        MONUMENTOS FUNERÁRIOS E RELIGIOSOS

Com a vida familiar e comunitária estabelecida, o homem do Neolítico sentiu que só a casa e a aldeia não eram suficiente para pacificar seu espírito  e justificar o orgulho por suas realizações. Assim, precisava de monumentos, os  templos,  arquitetura  da Vida  e as tumbas, a arquitetura da Morte.
Com paciência e suor levantou- se, por toda a Europa, enormes blocos monolíticos perpendiculares de até 20 metros de altura, no intuito de perpetuar a memória de um herói ou invocar divindades estranhas de obscuros cultos. Os monólitos isolados eram chamados menires. Vários menires em linha reta formavam os alinhamentos. Menires em círculo, tendo uma pedra plana como arquitrave para dois menires, formavam cromlechs. Estes, muito provavelmente, eram templos solares tendo ao centro um altar para sacrifícios.
Os dolmens eram túmulos. Os mais simples eram formados por três pedras: duas verticais sustentando uma terceira, horizontal. Uma seqüência de dolmens, formando um longo e sombrio corredor, servia de túmulos coletivos e chamava Túmulos de Gigantes.
Menires
O quê significavam aqueles enormes blocos de pedra espalhados pelo velho continente?

Foi demonstrado que alguns menires possuíam funções astronómicas,  como marcadores ou previsores, e em alguns locais existem longos e complexos alinhamentos destas rochas – sendo um dos mais famosos o de Carnac na Bretanha.

    

                                                                DOLMEN

O tipo mais comum de construção megalítica na Europa é o dólmen – uma câmara consistindo de pedras colocadas em posição vertical (orthostats) com uma ou mais pedras de cobertura, formando um telhado. Muitas destasconstruções, embora não todas, contêm traços de restos humanos, e é discutido se o seu uso como local de sepultamento era sua função principal. Geralmente chamados dolmens, existem muitos outros nomes  como anta em Portugal, stazzone em Sardenha, hunnebed em Holanda, Hünengrab na Alemanha, dysser em Dinamarca.







                                                             CRONLECHES


Nas ilhas britânicas círculos de menires unidos , um a outro, por uma arquitrave, firmando- os dois a dois,  é chamado cromlech. O mais famosos é o de Stonehenge. Seguido pelo de Avebury.  Exibem evidência clara de alinhamentos astronômicos, tanto solar quanto lunar. Envoltos em mistérios são até os dias de hoje um local que atrai milhares de visitantes todos os anos., Stonehenge é famoso por seu alinhamento do solstício. Outros  círculos de pedra,  em bem menor quantidade, também são encontrados na Europa Continental.

Cromlech  de Stonehenge, na planície de Salisbury na Inglaterra, é o mais impressionante de todos os monumentos megalíticos na Europa.


                                                          STONEHENGE - EM VARIOS ASPECTOS


 





                                          OUTROS GRANDES MONUMENTOS

                              
Construção na Córsega  
 
                                                                                  Espigueiro   


                                                  
 
                   Nurague                                                              Naveta


                 
                                                 Mais tarde surgem as Pirâmides do Egito




 A IDADE DOS METAIS
 
 
 
 
 
Numa necrópole pré- hitita de Alaca, foram encontradas estatuetas de cervos e touros de IDADE DOS METAIS
Cerca de 6.000 a.C., experimentando com o fogo e metais que havia descoberto na Natureza, o homem inventou  a Metalurgia. Foi um passo enorme para que ele avançasse em novas conquistas. O surgimento de tais atividades levou ao desenvolvimento das primeiras povoações, vilas e cidades.
Era Calcolítica ou Idade do Cobre
O primeiro metal que o homem trabalhou foi o cobre.  Não podemos avaliar o que foi para ele, ainda pré- histórico,  esse feito. A princípio a técnica de fabricação de utensílios e armas era a mesma da Idade da Pedra e o cobre, martelando a frio, revestia os objetos de pedra.  O cobre servia de revestimento. Quando descobriram a possibilidade de fundir o cobre é que seu emprego ganhou nova dimensão.
Para o homem daí, a utilizar o ouro e a prata, foi um passo. E finas joias passaram a ser confeccionadas.
A descoberta da Metalurgia deu incalculável abertura para o artesanato e as artes. Agulhas de metal vieram substituir as de ossos. Com as novas agulhas obtinha- se um trabalho mais delicado e decorativo.  O metal, mais leve que a pedra, possibilitou grandes machados, punhais, escudos, e utensílios ricamente lavrados. O resultado de cada objeto surpreendeu os próprios artistas. E eles se esmeravam cada vez mais.
cobre, além de peças de ourivesaria em utensílios e joias. A utilidade passa, muitas vezes,  a secundar a forma dos objetos.  O uso de moldes e o aperfeiçoamento da fundição, possibilitaram  um enorme requinte nas peças produzidas. Na confecção de fíbulas, o homem criou os mais diversos formatos e ornamentos.
 Foi o desenvolvimento da Metalurgia,  que acelerou a urbanização da Mesopotâmia,   deu às culturas das regiões onde hoje estão a Hungria e a Espanha, um grande desenvolvimento ( são regiões ricas em cobre).
Idade do Bronze
A Idade do Estanho e do Bronze ( Uma liga do Estanho ) desenvolveu- se entre 4000 a 2000 a.C.   Na decoração de peças de bronze, no início, foram utilizados os mesmos motivos que decoravam os vasos da Idade da Pedra.  Das linhas mais simples passaram para formas geométricas, espirais e meandros. O círculo tomou incríveis variações.  Foi o motivo decorativo chave de toda uma época.  Punhos de espadas e píxides  passaram a receber decoração incisa, preenchida com resina escura,  criando delicado contraste entre os materiais.
A fita ondulada, usada no Norte e na Hungria, diferenciava pelo arremate das extremidades. Em forma  de pequena foice na Hungria e, no Norte, com cabeças de animais: pássaros, renas, cavalos etc.) A ave e o cavalo, foram muitas vezes usados com caráter espiritual.
Bíblos, na Fenícia, foi um importante centro metalúrgico do Bronze. Lá foram encontrados sarcófagos, harpas, punhais de bronze e vasos de prata.
Em 1500 a.C., a metalurgia do bronze florescia em toda a Europa, com admirável requinte, especialmente na Região dos germanos ( Alemanha ) e na Escandinávia, onde além da estilização dos animais, o cisne se fazia presente em muitas e muitas peças.. No restante da Europa ainda se usava bastante a espiral.
Com o bronze as armas se tornaram mais delgadas e elegantes e perigosas.
Em Creta e nas Ilhas  Ciclades as artes menores  tiveram enorme progresso com o Bronze.     
 
IDADE DO FERRO                                                        
Foi o último estágio tecnológico e cultural da Pré- História. O ferro veio substituir o bronze.  A Idade do Ferro foi introduzida aos poucos e em épocas diferentes, nos diferentes lugares da Terra.  Não trouxe mudança fundamental na vida do homem, já acostumado a utilizar de outros metais.
No começo,  extraia- se o metal de hematita  terrosa e com ela forjavam os objetos.Bem mais tarde, passaram a fundir o ferro. No começo da Idade do Ferro, os ilírios alcançaram grande prosperidade. Depois os celtas se sobressaíram na Europa Setentrional.  Mais tarde foi a vez de Hallstatt, ( norte da Áustria ), já famosa na época do Bronze, por suas minas, volta a impressionar com os objetos que passou a produzir com o ferro. Ricos ornatos em círculo, motivos camponeses  e animais. Em mais de mil túmulos em Hallstatt aparece uma cultura  altamente desenvolvida.
Mais ao Norte surgem urnas com cabeças humanas  e outras, em formato de graciosas casinhas , reproduzindo aquelas que por lá se construíam.
A nova plástica procurava o belo. Preencheu a Europa, as estepes do Norte até chegar à China, a região do Mar Negro e o Cáucaso, de onde entrou pelo Oriente Próximo chegando à Mesopotâmia e Pérsia. E ao redor de todo o Mediterrâneo.
Os vestígios mais antigos da metalurgia estão na Turquia, no Irã e no Líbano.
Com o uso dos metais,  um novo mundo foi aberto para a humanidade.  A população cresceu e tudo foi  se desenvolvendo.  Alguns povos passaram a dominar grandes extensões territoriais e dando origem às primeiras pequenas e grandes civilizações no planeta Terra.
Tendo começado no Período Neolítico, portanto ainda na Pré- História, o desenvolvimento humano,  inaugurado com a Metalurgia,  culmina com a invenção  da escrita, logo, com a entrada do homem na História.
 
Fornalha africana Parque Kruger  




Exemplos dos primeiros produtos metalúrgicos.